O melhor é prevenir para que a corrupção não aconteça, mas se a prevenção falha é melhor que se tenha meios para identifica-la. A detecção consiste em uma sistemática de obtenção e analise de informações que garanta condições de investigação.

O primeiro pilar é a prevenção e ela está relacionada com a detecção, mas não são a mesma coisa. A prevenção é um conjunto de políticas que buscam evitar que a fraude e corrupção ocorram, já a detecção busca a identificação tempestiva em que a coisa acontece.

A consciência institucional de que os mecanismos de detecção estão em funcionamento e são efetivos é um fator de dissuasão e, portanto, de prevenção a fraude e corrupção.

Elementos de detecção

Padronização de rotinas e procedimentos

Padronizar rotinas e procedimentos tem como objetivo racionalizar trabalho, diminuir custos, e possibilitar a implantação de indicadores de circunstâncias incomuns nas atividades da organização.

A partir da padronização a organização deve mapear indicadores de circunstâncias incomuns nas atividades da organização. A partir dos indicadores a organização precisa estabelecer ações a serem tomadas após a identificação de algum evento mapeado.

Os procedimentos devem sempre considerar a hipótese de uma ocorrência falso positiva, ou seja, situações em que apesar de apresentarem todos os indicativos de se tratar de uma fraude, não

possuem origem fraudulenta. Por outro lado, controles baseados unicamente em amostragem deixam margem para que a fraude e a corrupção ocorram por longos períodos até serem detectadas.

As fraudes e corrupções que ocorrem abaixo dos limiares dos controles, em geral por gestores que sabem dos valores desses limiares, se tornam também invisíveis. Fraude e corrupção cometidas mediante conluio de servidores, alta administração, beneficiários de programas, usuários de serviços públicos e fornecedores desafiam todos os controles possíveis e a melhor forma de detectar esses desvios é por meio de canais de denúncias.

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Implantação de canais de denuncias

A denúncia é um dos principais mecanismos pelo qual a fraude e a corrupção são identificadas. As organizações nunca eliminarão o risco de fraude e corrupção por completo; por mais que se esforcem em detectar fraude e corrupção com base em controles e informações internas, há limites práticos para isso.

O órgão público pode criar canais de denúncias através de seus sites na internet, por e-mail, telefone, presencialmente e até com caixas em locais públicos.

O funcionamento destes canais de denuncia precisam estar normatizados e o órgão precisa divulgar com frequência o seu funcionamento.

Os canais de denuncias devem garantir o anonimato do denunciante além de possibilitar a geração de protocolos para que os interessados possam acompanhar o processo. A organização também precisa estabelecer critérios de admissibilidade das denúncias recebidas.

Auditoria interna

A auditoria interna deve ser implantada por meio de rotina de avaliação da política de combate à fraude e corrupção, avaliação da cultura e da gestão da ética e da integridade. A auditoria interna auxilia a organização na avaliação da eficácia e adequação da política e do plano de combate à fraude e corrupção.

Em organizações com alto risco de fraude e corrupção, a auditoria interna tem sido demandada a detectar indícios ou investigar ocorrências de tais crimes. A auditoria pode identificar fraude e corrupção no curso dos seus trabalhos, mas também contribui por meio de aconselhamento e de propostas de aperfeiçoamento, sendo a sua função primordial avaliar se os controles internos implementados pelo gestor são adequados para mitigar os riscos.


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